A galera do Pato Fu tá lançando o nono disco, “Daqui pro futuro”, dum jeito tudo a ver com o nome do novo trabalho. É que eles liberaram as doze faixas primeiro na internet e agora em setembro o disco chegou às lojas, pela gravadora Rotomusic, distribuído pela Tratore.
É o primeiro totalmente independente. São 12 canções, sendo 11 inéditas e uma regravação. A produção ficou a cargo de John Ulhoa, guitarrista e compositor da banda. Gravado e mixado no estúdio que John e Fernanda Takai têm em casa, esse álbum é uma espécie de experimento de até onde pode ir a tecnologia dos estúdios baseados em computador, no intuito de produzirem música orgânica e não-mecânica. A capa já nos dá a dica: um monstro eletro-orgânico-mecânico toca discos de vinil, produzindo borboletas.
Fernanda Balestro: O que esperar desse novo trabalho?
Pato Fu: O disco ficou pronto há algum tempo e tivemos a oportunidade de não esperar o disco chegar, resolvemos adiantar para o nosso público, um mês antes. É para o público que quer comprar as músicas em separado. O Pato Fu sempre teve isto de dar um passo para o futuro. Como o disco saiu primeiro on-line vemos a resposta das pessoas sobre as músicas muito rápido. Colocamos no uol e em dez minutos já estavam opinando. Como temos uma filhinha de quase quatro anos agora e o disco está mais calmo, já ouvimos dizer que foi todo pensado na Nina, mas não foi. Só tem uma música, "Mamã Papá". O que existe é que agora estamos mais calmos, mais velhinhos e estávamos com vontade de fazer um disco menos energético, cuidando das melodias, mais bonito.
Fernanda Balestro: Vai sair dvd deste trabalho?
Pato Fu: Quem sabe, né? Não está fora de nossos planos, mas ainda é cedo para falar sobre isto.
Fernanda Balestro: O primeiro single, “30.000 pés”, já tem vídeo né? Vocês estão produzindo clipe pra todas as faixas do novo disco?
Pato Fu: Já temos dois clipes. E queremos fazer o máximo possível, não sabemos se serão todos, mas com certeza uns cinco e ou seis. Tem duas músicas que já tem clipe, o "30.000 pés" e o "Cities in Dust".
Fernanda: O bacana é que dá pra adquirir em formato digital não é? Qual o endereço virtual?
Pato Fu: megastore.uol.com.br. Um mês antes de chegar às prateleiras, o disco já estava na rede - de propósito. "Daqui pro Futuro" bateu recorde de vendas no portal no qual disponibilizado a R$ 9,90 e só perde para Elvis como o artista com canções mais vendidas no site até hoje.
Fernanda: E sobre a capa... É um monstro? Uma máquina que produz borboletas? É isso? Vocês que escolheram?
Pato Fu: A arte é de um artista chamado Carrado. E ela significa um fruto de especulações nossas, sons de músicas eletromecânicas ou música mecânica antiga que estavam espalhadas pelos nossos discos. Músicas mecânicas feitas muito antes de nossos discos. E a capa é um guindaste... E as demais fotos são de máquinas eletromecânicas... É um dos encartes mais bonitos que já fizemos. A capa é uma metáfora do que o Pato Fu virou nestes 15 anos.
Fernanda: Do novo disco, qual a musica-xodó de vocês?
Pato Fu: Tem uma música que é a "Quem não sou", que é uma espécie de mantra. Também a "Hora da estrela", que foi a primeira música que fiz para piano. (John) eu gosto da "Espero" que foi muito bem arranjada. (Fernanda)
Fernanda: Vocês acabam de voltar do Japão não é? Como foi essa passada por lá?
Pato Fu: Pois é, abrimos a Semana de Moda do Japão e a Fernanda cantou músicas da Nara Leão. No final das contas acabamos lançando lá em primeira mão o disco novo. Mas nada estava programado para que fosse lá.
Fernanda: Vocês consideram esse trabalho diferente dos outros? Ou segue a mesma linha, irreverente, surpreendente?
Quais as maiores diferenças em ser um disco totalmente independente?
Pato Fu: A característica mais forte desse cd é que ele tem uma sonoridade mais calma, mais delicada. O Pato Fu de hoje me deixa mais satisfeita do que o do começo da carreira, quase 15 anos atrás (Fernanda). Antes, ela tinha mais a ver com os trabalhos do John de antes do grupo. A banda de hoje me diz mais respeito.
Fernanda: Com esses 15 anos de sucesso, debutando aí o pato fú, queria saber de vocês quais os planos pro futuro, o que vocês querem daqui pro futuro?
Pato Fu: Bom, a Fernanda Takai segue escrevendo na coluna do jornal Estado de Minas e agora suas crônicas vão virar um livro. “Nunca subestime uma mulherzinha” será lançado, aqui em Porto Alegre, na Feira do Livro, agora em novembro. E o John segue produzindo discos de outros artistas, paralelo ao trabalho no Pato Fu. Érika Machado é uma das cantoras que passa pela produção dele.